Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2015

Réquiem das palavras não ditas

Moço, demorei para dizer todo o universo que habita meu coração, sei que agora é tarde. Sou boa escrevendo e expressiva falando, mas esse hábito de demonstrar autossuficiência trava a vontade de falar tudo o que sinto, cada emoção que me causa e esse sentimento estranho e inexplicável que tenho por você. O acusei de auto sabotagem, veja só, também me saboto com esse orgulho e mania de fazer um homem sentir que é um acessório em minha vida. Dói saber que tenho minha parte de culpa e cometo os mesmos erros, que deixei passar o momento de fazer com que entendesse seu lugar no meu coração. Que entendesse que amor está distante do que pensa. Que amor é o que sinto por você. Você foi um imprevisto que varreu as convicções que tinha para longe de mim. Eu, que tropeço e gaguejo sempre quando alguém mexe comigo, emudeci com você. Me perdoa? Fui estúpida em falar o quanto seria desnecessário ao enfatizar minha vontade própria. Em não entrar por suas brechas, em ignorar aquele chamado

De todas as maneiras, entre todos os outros

Moço, tentei, tentei, usei as estratégias que haviam funcionado em outras situações, mas você é osso. Desalojá-lo do meu coração é a pior das tarefas amorosas que já tive a missão de cumprir. Usei todas as artimanhas conhecidas e que sempre deram certo, nenhuma funcionou. Beber todas as cervejas e mais um pouco apenas piora, a cada gole, penso mais e mais em você. Era tão fácil com os outros, mas eles foram apenas os outros. Aquele meu conhecido exercício de arrancar do coração doía, sabe, mas funcionava maravilhosamente. Dois meses e pronto, coração livre e alma leve. Em relação a você, mais fácil arrastar as pirâmides do Egito do que lidar com suas âncoras encravadas. Para uma mulher pragmática como eu, que se permite o caos, aceitar que essa tarefa é complexa demais para a minha força de vontade é inimaginável. Isso estava fora dos planos. Você estava fora dos planos. Mas aconteceu. A saudade que sinto é maluca. Você é como um programa rodando em segundo plano, finjo q

As respostas

O mundo de hoje é um grande e imenso mercado de "seu gostoso/sua gostosa", de pessoas querendo corpos perfeitos, de "eu te amo" a granel, vendido em qualquer banquinha de esquina, de pessoas que buscam imediatismo e aparências. Fiz duas perguntas a algumas pessoas, entre homens e mulheres e a resposta foi praticamente a mesma. As perguntas - O que você quer de uma relação? Como quer se sentir quando está com alguém? De uma maneira ou outra, não souberam responder. Sabemos o que não querer, mas essas duas importantes questões não são feitas. Sabe como obtive as resposta para as minhas? Quando parei de me apaixonar, há algum tempo atrás e comecei a me envolver. Como assim? A euforia, o frenesi da paixão desapareceram da minha vida misteriosamente quando alguém surgiu e fui presenteada com a alegria de conhecer um coração, uma alma na figura de um homem. Descobri, então, porque a sensação de não-algo acompanhava várias de minhas paixões e relações, pude, então,

Está aí?

Não sou mulher de joguinho e frescurite, provavelmente, se dissesse a alguém que enviaria essa mensagem a você, diriam, ah, mas assim ele vai pensar isso e aquilo, ah, mas vai encher a bola dele e outras, baseadas nessa sua mania de procurar sentido no que não há, até porque, quem faz sentido é soldado. E quer saber? Que se dane o que pensará, que se danem suas teorias da conspiração, que se dane essa mania triste de querer explicar o que simplesmente é. Ou dirá que até a forma do cocô é por algum motivo obscuro? Me poupe. Por isso, escrevi para dizer que é a última mensagem. Poderia ligar ou procurar, mas costumo retribuir o tratamento que recebo, o bom e o mal. Posso ser covarde em algumas situações, mas deve ter percebido que não fujo de expressar minhas opiniões.  Enfim, sabe como me senti ou o que passou pela minha cabeça com essa atitude de me tratar como leprosa? Fugiu de mim, descaradamente, como se fosse portadora de alguma doença contagiosa.  E problemas por proble

Mesmo querendo sim, digo não

Acalmar meu coração geralmente é a finalidade desse tipo de texto, mas esse em especial, é uma carta de despedida, um texto sobre relacionamentos ou mais uma bobagem qualquer de uma mulher carente. Ou tudo junto. Nesse caso, amigo, é mais uma despedida. Havia escrito outro texto dizendo a você que estava começando a encontrar oportunidades de envolvimento com alguém. Não sei se encontrei, se encontrarei, apenas sei que espero ser essa a última vez que escrevo me despedindo de um sentimento e de uma pessoa, não posso mais remendar meu coração, cada vez demora alguns meses para me recuperar e, cada vez, após estar inteira novamente, esse Destino debochado me põe outra pessoa especial em meu caminho. Isso tem que acabar, tem que ter fim. Assim como nós. Hoje, consigo entender totalmente porque fugiu de mim, mesmo estando bem envolvido. Não negue, via isso nos seus olhos, apesar de afirmar o contrário para seus amigos, se apaixonou. Quis me proteger de você, desse caos em que se e

Air Supply - Without You

Minha ressaca tem sabor de saudade

Desconheço a autoria, se alguém souber de quem é, por favor, deixe nos comentários. Eu bebo, você sabe, tem vezes que um camelo teria inveja de mim. Você é menos afeito aos tilintares das taças, mas aprecia meus dons em saborear uma boa bebida e saboreá-la com você. Me aprecia, que eu sei bem, quando baixa sua guarda e me olha com tanto medo e carinho, eu sei. Sei você, saco você, aprecio você, quero você. Mas suas atitudes me fazem recuar e desconfiar do que vi, vivi e sei. Me afasto mansamente por raiva, insegurança e porque não se esforça tanto assim para merecer meus sentimentos. Meti na minha cabeça que esse afastamento é para valer, que dessa vez não terei recaídas e atrairei você novamente. A bebida, no entanto, me trai, essa pérfida. Cada gole a mais desanuvia minha decisão e dá voz a minha saudade. Então, ontem bebi muito, bebi tudo e em cada gole meu coração se enchia de saudade e de vontade. Mais uma vez, procurei seus pedaços em algum inteiro, felizmente, nã

Maiores abandonados a procura de corações solitários

Sugiro ler com John Mayer como fundo musical Postei a frase título desse texto em um dos meus perfis numa rede social, para minha sorte, algumas pessoas que me conhecem entenderam o tom da postagem. Foi uma ideia para essas linhas e não é de hoje que posto algo parecido. Porque a grande verdade e, talvez, umas das pequenas tragédias da vida moderna na Era das Relações Líquidas seja cada vez mais individualidade, cada vez mais solidões pequenas arrastadas em nossos dias, cada vez mais medicações tarja preta moderando nosso humor e cada vez mais fugas reais ou imaginárias de uma realidade egoísta e desalentadora. Se há muitas conquistas boas em nossa vida, há muitos desencontros e desamores na atualidade. As pessoas associam amar e se relacionar enquanto casal com dor, rejeição e incomodação. Acredito que pode ser de outra maneira, desde que se respeitam as diferenças e, principalmente, as percebamos como parte integrante da relação e necessárias ao crescimento da pessoa e do cas

O território a ser demarcado sou eu e não meu perfil

Para ler enquanto escuta Robbie Wiliams, sim escrevi esse texto com ele em meus ouvidos. Nas redes sociais homens e mulheres demarcam territórios virtualmente afetivos nos perfis de um e outro, há alguns códigos não definidos e muitos eu te amo, você é isso e aquilo, indiretas ou diretas em comentários, marcação de nomes em postagens e por aí afora. Me pergunto, aliás, lhe pergunto, quais territórios reais almeja demarcar? Qual é a sua vontade verdadeira, aquela escondida em seu coração? Amigo, se for eu, lhe aviso: demarque minha pele e não meu perfil, telefone para mim em vez de abarrotar minha caixa de entrada com mensagens. Se aproprie do meu coração e não da minha linha do tempo. Olhe nos meus olhos, fixe meu rosto em sua retina. Me faça sentir o que sente com suas mãos em minha cintura.  Suas postagens ou comentários em nada aumentam a força de sua presença em minha vida. Não há uma troca real, um entrosamento, uma sintonia. No mundo virtual, somos e criamos ilusõe

Goste de alguém que seja fiel a si

"Não era para ser" é uma frase que as pessoas dizem umas as outras quando fracassam em suas tentativas amorosas, assim como "não daria certo". Quem disse esses absurdos tem uma síndrome horrível de derrotismo para o destino, para a vida e para consigo. Por isso, discordo, alguém não fez acontecer. Ponto. Você não fez acontecer, não permitiu que algo o tirasse de sua zona de conforto e o estimulasse, desafiasse. Você não fez acontecer. Simples assim. Você, acostumado a controlar tudo em si e ao redor, ou tentar, ao menos, se viu sem saber como agir e furou. Furou os balões imaginários dos diálogos, furou a bolha de afeto que poderia ter. Mesmo pensando que pode ser bom ou ótimo estar com aquela pessoa, foge, some ou rompe, sem motivos reais, apenas por medo, facilidade ou não saber o que quer. Você se traiu. Sou uma pessoa fiel a si, aos seus sentimentos e valores. Inclusive, quando, mesmo tendo fortes inclinações afetivas por alguém, sinto que ele não é h

A geração líquida

Tem chegado aos meus ouvidos histórias dessa geração que vai dos 16 aos 26 anos que me deixam pensando para onde irá a humanidade. Cada namorico de um mês ou pouco menos de um ano é desculpa para perder totalmente a cabeça, tentar ou cometar suicídio, se entupir de medicações tarja preta e armar cenas dignas de algum filme tragicômico. Me pergunto, o que está havendo? Uma menina de vinte anos que conheço rompeu com o namorado e fez a mãe dormir com ela, vários cortam os pulsos ou procuram psiquiatras para entorpecer a dor. Nessa mesma idade, eu chorava por umas duas semanas, bebia muito e em um mês ou menos, estava pronta para outra. Nunca me passou pela cabeça suicídio ou me entupir de remédios para fugir de uma dor, que, convenhamos, é totalmente narcisista. Afinal, onde foi parar a capacidade de lidar com as frustrações? Deve ter ido para algum lugar escondido pelos pais e por essa virtualidade toda das redes sociais. Inegável que a Internet aproxima as pessoas, mas, perg

A arte de remendar

Remendar um coração é tarefa difícil, complicada. Se muito tempo passa entre um remendo e outro, as chances de seu coração se aprontar rápido e se defender menos, assim como não fazer muita merda por ter tido tempo de refletir sobre os erros, inclusive os seus, são maiores. Mas e quando os remendos sucedem um atrás do outro em um espaço de poucos anos? Não, pessoas, nem sempre a criatura tem um coração vagabundo, muitas vezes, é alguém que aprendeu o que quer e como quer se sentir em uma relação e isso seleciona futuros envolvimentos com sabedoria. E a pessoa vira um imã para quem procura o mesmo, ainda que não admita. Há sim, alguém por aí, que pode não ser a pessoa adequada para você, mas é a certa (tenho uma teoria sobre o certo e o adequado). E podem estar em maior número do que imagina. O que as faz ficar com você ou não é um fator controverso. Independente disso, conheço pessoas que nem olham para os lados exatamente por medo de ter que se remendar. Já escrevi reflexõe

Pegue seu violão, amor

June Carter e Johnny Cash Você, que toca várias cordas e acordes em seu violão, que arranca sons de cada canto em que se instala, toque meu coração. Você, que faz minha garganta arranhar cantando junto, que faz meu corpo balançar, toque meu coração. Você, que inunda o meu mundo de música, toque meu coração. Você, que tocou tantos corpos, que arrebatou tantas almas, que rompeu preconceitos, que manteve sua autenticidade, toque meu coração. Você, que venceu suas fraquezas, que assumiu suas fragilidades e se fez forte, toque meu coração. Você, que transformou meu mundo em música, toque meu coração. Tocar o corpo de uma mulher é fácil, mas tocar o coração dessa mulher aqui, talvez seja sua composição mais complexa. Escreva notas musicais em minha vida, amor. Componha sua sinfonia particular em cada um dos passos que damos. Me transforme em sua musa e seja meu muso. Me inspire, babe. Me transpire, componha seu suor em minha pele, amor. Faça de minha vida um dueto com a sua, que