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Mostrando postagens de 2016

Ondas

Assim, em ondas Vem e sufoca, afoga, esmaga Assim, em ondas Acaba, derruba, esmorece Assim, em ondas Vem e agonia Aperta o pescoço, rouba o ar, a paz A vida Assim, em ondas Faz engolir água, choro E me deixa inquieta, atônita Perdida, asfixiada Assim, em ondas Vem esse maremoto e traga meu coração Anuvia a mente, perde os sentidos Me faz triste, me faz calada, me faz letárgica Me faz assim, um tanto menos feliz Um tanto menos em paz.  

Menina

A menina que gostava dos peludos e queria um cachorrinho A menina de olhos verdes brilhantes e sorridentes (meu pai quem dizia) A menina com narizinho arrebitado e com sardinhas A menina dos cabelos longos e encaracolados A menina que conversava com todos e adorava uma festa A menina que chorou na Copa de 82 A menina que tagarelava sem parar A menina que andava de mãozinha com seu pai A menina que tinha medo do escuro e, hoje, gosta de habitar um pouco na escuridão A menina que ainda vive em mim e eu nela.

Dança da noite

No embalo da noite, danço Remexo os braços, alinho a coluna Cerro as pálpebras, sinto Bato meus pés, visto minhas fantasias Sonhos, pesadelos No embalo da noite, canto A Lua, minha testemunha Me beija, bafeja Queda o pranto, lamento No embalo da noite, sou Pijama, pantufas Sonhos, fantasia e ilusão Agitação, solidão, eu Anoitece em mim, pesa O colchão me abraça, o travesseiro acaricia No embalo da noite, sonho Choro Grito Suspiro No embalo, sou noite Sou minha.

Há o quê?

Existe algo intangível em cada segundo passado longe Perto ou distante Há dor, há nada, há tudo, há o quê? Existe algo inexplicável em cada segundo passado longe rancor, dor, coisas vãs Há língua, há palavras, há silêncio, há o quê? Existe algo inexorável em cada segundo passado longe vida, morte, angústia Há equívoco, há encontros, há tudo, há o quê? Existe algo imponderável em cada segundo passado longe Agora ou amanhã Há dor, há abismos, há respostas, há o quê? Existe algo indelével em cada segundo passado longe Forte, macio, suave Há força. há fragilidade, há você.

Solidão, tempo Que esperar dos meus minutos Solidão, espera Ansiedade ao piscar os olhos Solidão, medo, angústia A vida devagar apunhala, zomba E sussurra a realidade Solidão, lágrimas, soluços A vida umedecendo a pele, escorrendo na face Olhos que vêem, molham, procuram Olhos que se perdem e se encontram Solidão, tempo Não passa, não muda Vou aqui, ali, viajo Nada muda aqui dentro, aqui fora Solidão, temor, pânico Sufocando, roubando o ar, a paz Roubando a mim Solidão, tempo, medo Solidão Nome certo, horas inadequadas, tempo sem fim Angústia perene Vida Sobrevivendo Caos, despencando no vazio Solidão, solidão Barulho, palavras Sempre solidão Sempre eu Cansei de mim, dos pensamentos Solidão que me devora Que me amola Que imola a minha paz Que anseia e rouba a luz Solidão.

Caos, dor e escolha

O mundo gira, tonteio, sigo firme. A visão embaça, fixo os olhos em um ponto, atravesso na faixa de segurança. Algo dói, analgésico e em frente. Na esquina espero os carros, atravesso, sigo. Mas em algum momento desses, em alguma rotina, você entrou, trouxe o caos e a luz. Dia e hora inexatos, o que vi foi certeiro. Você, como uma flecha, olhou firme em meus olhos e nada foi igual. Nem eu sou a mesma, se algo mudou em você, valeu a pena. Em um tempo de imediatismo, a espera que se estabeleceu entre nós parece medieval. Nesses tempos de muita informação e pouca análise, essa lentidão de respostas poderia ser definida de muitas maneiras. No entanto, apenas nós definimos a situação. Outros observam e não compreendem, se até nossa percepção enlouquece, como exigir diferente? Você, a quem escolhi e gostaria de ser escolhida, você, por quem meus sentimentos são mais bonitos, mais fortes e mais intensos, mas que não quero mais em minha vida da maneira que tem sido. Por isso, escolhi

Dez coisas que detesto em você

Detesto quando repete trechos dos livros de auto-ajuda que leu, inúmeras vezes, como se usasse compartimentos para guardá-los e usar em qualquer ocasião Detesto quando usa teorias que leu para explicar uma situação, mesmo as situações mais diversas que acontecem Detesto quando usa lugar-comum mesmo sendo tão inteligente e sagaz Detesto seus sumiços, mas detesto com a força da minha raiva e do meu sentimento Detesto quando diz não entender porque gosto de você, com esses olhos lindos, assustados e inseguros Detesto quando não aceita meus elogios Detesto quando me põe em um altar, faz dom que me sinta inacessível Detesto sentir essa saudade de você, esse tsunami que me afoga volta e meia ao pensar em você Detesto perceber que é tão especial, único, ao conhecer outro cara ou ouvir as histórias das minhas amigas sobre os homens com quem se envolvem Detesto, principalmente, fortemente, tristemente, não conseguir detestar você. Inspirado no filme Dez coisas que odeio em voc

U2 - Song For Someone

Bloc Party - Banquet