Para ler enquanto escuta Robbie Wiliams, sim escrevi esse texto com ele em meus ouvidos.
Nas redes sociais homens e mulheres demarcam territórios virtualmente afetivos nos perfis de um e outro, há alguns códigos não definidos e muitos eu te amo, você é isso e aquilo, indiretas ou diretas em comentários, marcação de nomes em postagens e por aí afora. Me pergunto, aliás, lhe pergunto, quais territórios reais almeja demarcar? Qual é a sua vontade verdadeira, aquela escondida em seu coração? Amigo, se for eu, lhe aviso: demarque minha pele e não meu perfil, telefone para mim em vez de abarrotar minha caixa de entrada com mensagens. Se aproprie do meu coração e não da minha linha do tempo. Olhe nos meus olhos, fixe meu rosto em sua retina. Me faça sentir o que sente com suas mãos em minha cintura.
Suas postagens ou comentários em nada aumentam a força de sua presença em minha vida. Não há uma troca real, um entrosamento, uma sintonia. No mundo virtual, somos e criamos ilusões, assim nos protegemos, paradoxalmente, estamos e ficamos sozinhos e isolados. A ilusão da conectividade é a do contato, na verdade, nunca estivemos tão distantes. Talvez eu seja uma boba romântica, uma idealista, mas prefiro seu toque às conversas frias no bate papo. Prefiro conversar olhando em seus olhos do que ver comentários ou marcações na rede. Demarque seu território com um beijo na minha nuca e suas mãos segurando minha cintura firmemente enquanto diz que sou sua, enquanto me beija e me deixa perdida em inúmeras sensações. Segure minha bunda com suas mãos e pressione meu corpo junto ao seu, me faça sua de verdade, na vida real, de maneira palpável. Isso, me apalpe demoradamente enquanto fixa meus olhos.
Entre em meu coração pela porta dos olhos, do afeto. Vá demarcando esse território com seus sorrisos, sua voz. Demarque com um pouco de saudade, de risadas, de compreensão. Demarque com seu abraço, seu silêncio compreensivo, sua tolerância ao meu azedume matinal. Demarque minha pele com sua saliva, com seu toque. Me acorde na madrugada para transar ou para perguntar se quero beber água. De preferência, tenha as duas atitudes. Isso, tenha atitude, tenha coragem, vença seu medo. Ninguém que conheço é tão covarde para se envolver quanto eu, portanto, dê alguns passos em minha direção, me dê segurança para completar o trajeto. Deixe com que demarque o seu coração com o meu, me inspire em uma poesia, aliás, me ajude a nos transformar em poesia ambulante, sorridente e verdadeira. Se entregue não só às sensações físicas que posso causar, mas as mágicas das equações emocionais e reais que minhas palavras e minha boca podem provocar.
Seja sincero e verdadeiro comigo, não omita, minta ou fuja, tenho pânico de homens fujões. Nada pior do que a ignorância sobre o que acontece. Diga sim com os olhos, não com a boca e foda-se com seu beijo e suas mãos arrancando minha roupa, enquanto me conduz para a cama. Tire minha calcinha lentamente e, olhando fixamente para meu rosto, se embebede das minhas reações. Roube meu ar, me faça suspirar. Demarque demoradamente esse pequeno território que ergue os braços para você. Se eu relutar em lhe dar a chave para meu coração, a tome de mim. Se aposse, mas não se apresse em me fazer sua, quantas e quantas vezes pudermos ou quisermos. Seja meu, serei sua. Grave seu nome em meu coração, amigo, esse sim, um território muito melhor e mais repleto de possibilidades do que um perfil na rede social. Um território real e inexplorado. Envie sua solicitação que a aceitarei. Na vida real e imprevisível que é a nossa.
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