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Mostrando postagens de janeiro, 2013

O dia em que o diabo visitou o Rio Grande do Sul

Aquele domingo acabou só na folha do calendário e nas horas que se passaram. Dia 27 de janeiro de 2013 foi o dia em que o diabo visitou o Rio Grande do Sul e fez um acampamento especial em minha cidade, Santa Maria.  Só isso explica o inferno, purgatório e limbo existencial que enfrentamos ontem. Moro perto de um dos principais hospitais da cidade e o barulho de sirenes das ambulâncias foi durante todo o dia e mesmo hoje, que é segunda-feira, ainda são escutadas. A cena foi igual a um atentado ou uma guerra, as pessoas aglomeradas na praça aqui da frente de casa esperando notícias, famílias, amigos e curiosos esperando no Centro Desportivo Municipal, nosso popular Farrezão. Rostos estáticos, em choque, pessoas chorando, aflição, medo, angústia e dor. Como sou muito sensível à morte, perco pessoas desde meus seis anos de idade, claro que me afetei e ainda estou afetada. Deve ser porque não visitei minha amiguinha de infância Fabíola, meus pais não me deixaram pois ela estava

Estranho, é de você que preciso

Caro estranho, e u , que não sou fã dessa palavra, precisar, descobri por força das circunstâncias que preciso. Preciso ser amada por você, toquei algumas vidas durante a minha, mas quero tocar o coração de alguém, o seu.  Faça o favor de deixar minhas asas de borboleta-bruxa que sou tocar seu coração. Minha vida nos últimos tempos tem sido de muita reflexão sobre as escolhas que fiz e as que devo fazer. Sei que transformo as possíveis relações amorosas em uma queda de braço com minha vaidade e orgulho, mas entenda, é tudo defesa. Aprendi a ser defensiva desde a infância, não é bem assim para romper com esse padrão. Na hora da raiva penso, penso e faço o que não devo, sei disso. Mania de nunca me arriscar, eu que sempre falo em risco. Meu grande medo  é morrer sem saber o que é te r alguém por mim, que cuide de mim, que se importe. V ocê  pode até achar que exagero e desfaço das minhas outras relações, mas a verdade é que nunca, mesmo na adolescê ncia, soube o que era algué

Ser eu

Copiado de www.desenhoswiki.com em 25/01/2013 às 23h 36min. Quando era criança, minha maior ambição era conhecimento. Imaginava muitos livros em volta e o símbolo máximo para mim era uma sala inteira rodeada de estantes abarrotadas de livros. E que eu tivesse lido a metade, no mínimo. Estranho para uma criança e adolescente, não? Mas eu era uma devoradora de livros, cada história me transportava para um cenário, via cada cena descrita nos livros, fazia um retrato mental dos personagens. Monteiro Lobato e seu Sítio do Pica-Pau Amarelo foram engolidos para dentro da minha mente. Queria ser a Emília, a Narizinho, uma fada ou uma bruxa, tanto fazia. Conhecimento era minha fome. E, de tanto querer conhecer, percebi que me conhecer, saber quem eu era e sou e a história que conto é o conhecimento mais importante. Meu corpo, meus ciclos, minhas emoções e pensamentos são primordiais em minha eterna busca por saber. Me saber. Mesmo os livros e as revistas ensinam sobre mim e sobre a vida

A mulher do futuro

Faço terapia há alguns anos e faz algumas sessões que me pergunto porque minhas últimas e frustradas tentativas afetivas me fizeram cair fora. Entre uma sessão e outra, acabei percebendo que sempre estou alguns passos à frente deles, nessa questão afetiva. Atraio bofes legais, bonitos, inteligentes, sensíveis e que me olham de um jeito que não lembro quando alguém me olhou assim antes. E enrolados, confusos. Acho que é porque gosto de uma encrenca. Só pode. Gosto de ser instigada, de alguém com quem eu possa ser eu mesma sem medo de assustar, de passar recibo de arrogante ou metida, alguém que possa não concordar, mas que sempre terá um debate comigo. Mesmo assim, devo ter o reflexo de um dragão, porque eles se assustam do mesmo jeito. Francamente, acho que não sei lidar com os afetos, sou tão mandona e opinativa que espanto. O estagiário da minha irmã me chama de general. Devo ser. Porque me sinto uma mulher do futuro? Na última tentativa, entendi o filme A Casa do Lago. Eu ev

A um passo da lembrança

Numa confusa perturbação da memória, lembrei de alguém. Um alguém sensível, perdido, confuso e que uma vez escreveu que o deixei sem chão. Um alguém que me fez gostar de Adele e a quem sempre dedico em minha memória Someone like you. Um alguém divertido, leve e com um quase britânico senso de humor.  Alguém inteligente, leitor ávido e a quem não tive tempo de emprestar o livro do Knut Hamsun, E não consegue fugir, tenho certeza que ele se intrigaria tanto quanto eu me intrigo até hoje com a atualidade da história. Alguém que achou a atriz Reese Whiterspon parecida comigo e quis arrancar ela da tela da tevê por que lembrou de mim. Alguém que transformou o filme Água para elefantes em um tormento por algum tempo da minha vida. Alguém com quem eu errei muito, mas que errou ainda mais comigo. Alguém que me perdeu e eu perdi. Acredito que nossas vibrações atraem as alheias e vice-versa. Do nada, assim, sem como e nem porquê ele veio com tudo em meu pensamento. Estranho, faz muito temp

Amor Nescafé

Autor desconhecido Pois é, amiga e amigo leitor. Nesse nosso mundo moderno, onde tudo é volátil e o prazer tem que ser aqui e agora, as aparências contam mais que a essência e aparentar é mais importante que sentir, percebo esse tipo de "amor"tadela. Nunca o vivi ou experimentei, mas, ao ver alguns amores de conhecidos pessoalmente ou via redes sociais, de declarações apaixonadas e, após alguns poucos meses se afastam, lembrei imediatamento do Nescafé. Se for um quebra galho ou para um café batido, nada contra, mas é a questão do amor instantâneo, aquele que é só misturar com água quente e se dilui. O problema é esse, amor precisa de tempo para surgir, ser cultivado e esperado. E pode nunca acontecer. Já conheci uma pessoa em que eu soube que se a história se desenrolasse eu PODERIA amá-lo um dia. Ou não, mas a possibilidade havia. Mas, no amor instantâneo, é aquela versão holywoodiana e muita da canastrona que surge. Tem, na maioria das situações, uma carentona profis

Quero meu direito de ser mal-humorada

Eu tenho uma natureza muito peculiar que me deixa ácida em algumas circunstâncias. Diria que sou uma mal-humorada do bem, tenho meus momentos. Não gosto de dar bom-dia, levo um tempo para ser gente pela manhã, festas de final de ano não são uma maravilha, tenho TPM e sou muito crítica. Mas parece que as pessoas não entendem ou sentem-se atingidas por meus comentários incisivos. Quando posto alguma frase ou texto nas redes sociais destilando minha intempérie sempre tem um bichinho para lá de chato dando moral, como se esses momentos não fossem necessários na vida da gente. Olha, essa ditadura de felicidade extrema e ilimitada é um saco, porra. Provoca incongruências no comportamento das criaturas, acho um porre. E sem álcool. E a ressaca é mil vezes pior, blarghs. Essa gente que dá moral é chata por demais, nem eles sabem o que dizem, vivem uma vidinha muito meia boca. E justo eu que acredito ser uma pessoa muita mais divertida na minha acidez, consigo rir de mim depois. Mas a huma