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Mostrando postagens de julho, 2014

Não é o buraco, mas quase

Você, uma pessoa de riso fácil e cheia de vida, de uma hora para a outra se vê quase sem energia. Azedume passa a ser o seu nome do meio e você não se diverte como antes com o sarcasmo habitual que destilava. Sente uma inadequação entre as pessoas que sempre fizeram parte da sua vida. Briga por bobagens com quem mora ou convive estreitamente com você. Tem dias em que gosta de ficar sozinha, tem dias em que sufoca, sente um desamparo, uma solidão. Faltam abraços, falta apoio, falta amor. As pessoas dizem que você tem isso, o que não sabem que esse sentimento é manifestado de uma maneira distante, isolada. E você quer colo, quer cuidado, quer, por algum momento breve, sentir que alguém decida por você. Saturação, excesso de decisões, de responsabilidades, de dilemas, transformam seu dia a dia em uma sucessão alternada de ansiedade, fugas e insônia. Você sente que seu corpo se deteriora, mas o que está fenecendo é sua estabilidade emocional, sua capacidade de equilibrar-se nessa co

Os lados opostos de quem não está junto

A era da informação, a era da comunicação, a era em que o passado denominava futuro e se preparava para, com fortes exercícios de imaginação, antecipar o que vivemos. Apenas não se previu as consequências funestas de um mundo onde não sabemos o nome do vizinho, mas seguimos ou adicionamos absolutos estranhos nas redes sociais. Sabemos o que um parente distante está almoçando, mal prestamos atenção em nossa própria comida. Declaramos afeição virtualmente, mas não abraçamos nossos pais. Uma relação só existe se está marcada nas redes com mudança de status de relacionamento e declarações de amor, mas mal sabemos o que nosso parceiro realmente pensa ou sente. Não abraçamos a quem amamos, mas mandamos abraços aos amigos, tudo virtualmente. O amor (e a vida) nunca foi tão volátil e nebuloso. A irritação que isso me causa (graças que outras inúmeras pessoas partilham o mesmo sentimento) é enorme. É uma chatice não ouvir a voz de uma pessoa, tão impessoal e absurdo, parece até que não