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Mostrando postagens de dezembro, 2012

Quando saudade explode

Eu, que me considerava fria, descobri que não sou, que meu coração não é de pedra. Descobri que sentimentos falam o tempo todo, e podem me ensurdecer, que meu coração tem vida e um espaço reservado para alguém especial. E descobri que saudade explode no peito, pode ser quase uma presença na vida da gente. Parece trama do Destino (esse infeliz que só me apronta), justo eu que quero esquecer, lembro mais que nunca, porque a saudade me lembra dele, me faz enxergar nossa história em cada filme, em cada música, em cada momento. Eu transbordo esse homem e não sei o que fazer com isso. Não é o nosso momento, não estamos perto, mas estamos tão próximos que até dói. Tem momentos em que acho que embirutei, só pode. Tenho a impressão de que ele me chama, que sei quando ele pensa em mim. Sou capaz de saber quando ele fica inseguro em relação a mim. E que essa saudade dói. Sei que a ausência dele não sossega meu coração, sei que deixa ele mais presente. E é uma tortura querer estar perto de al

Por quê você vive?

Vejo todos os dias manifestações sobre o direito das pessoas com necessidades especiais, programas sobre pessoas que são abandonadas em asilos ou hospitais por serem dependentes devido à sequelas de acidentes ou problemas congênitos, enfim, que de alguma maneira ou outra precisam ou de reeducação para conviver na sociedade ou de atenção cotidiana ou especial. Popularmente, chamamos essas pessoas de deficientes ou mentais ou físicos, quando não os dois juntos. Ontem à noite, ao ver algum desses programas, desejei que se tiver filhos eles sejam saudáveis, para que possam viver bem quando eu me for. Mas questionei, ao mesmo tempo, o que é, realmente, ser privado de suas habilidades motoras, físicas ou mentais? O que é realmente ter capacidade de viver dependendo apenas de você? O que é ser cego, surdo, mudo, desprovido de movimentos e de capacidade de análise? O que é, de verdade, estar no mundo plenamente? Quem de nós pode dizer que faz bom uso de seus sentidos? Já pensava que a h

O certo e o adequado

Faz algum tempo que a vida ensinou uma lição para mim, tão simples e por isso difícil de ser compreendida. Até que, em um dos meus estalos, percebi claramente. O adequado não é o certo. Puft!! Mais uma cortina que fechava meus olhos foi ao chão, mais uma vez percebi algumas nuances da vida, mais uma vez acordei. Ou sonhei ainda mais. Essa lição veio com o fim de uma relação que, custosamente para mim, arrastei por alguns anos, queria ter alguém, uma história em comum. Quando rompi, aprendi que procurei um homem adequado ao conhecer meu ex e nunca ouvi a voz do coração, não me envolvi com o certo. Planejei me relacionar com ele e não deixei acontecer, o que teria sido um fim anunciado de um defunto que morreu tarde, a relação. E não sou a única, muitos e muitos casais ficam e permanecem juntos por acomodação, por dinheiro, por carência, por se prenderem a uma relação, uma história e não por amor, enfim motivos errados. É mais importante aparentar a relação do que viver a mesma.

Quando a vida parece um filme

É um momento ou uma situação em que você se dá conta de já ter presenciado uma cena ou história parecida com a que está vivendo. E lembra de um filme. Pois é, nesse final de semana percebi que minha vida, no momento, é o filme A Casa do Lago. Tive um estalo e entendi perfeitamente a metáfora da película, em que os apaixonados vivem em tempos diferentes, ele no passado e ela, no futuro, trocam correspondências, mas nunca se encontram. Por um momento apenas, dançaram, conversaram e é nessa cena em que se encerra todo o drama do casal, eles não se reconheceram . E sei o que é não reconhecer, em um sentido intangível, a pessoa que está em sua frente, não perceber que pode ser Aquela pessoa, A pessoa. Existe sim esse Alguém tão especial, definitivo e mágico em nossa vida e ainda bem que os loucos, poetas e românticos que andam sobre as nuvens, como eu, acreditam nisso. Ainda bem que sonho, de olhos abertos e coração vibrante, ainda bem que acredito e confio, ainda bem que vivo. A ca

Intimidade que não precisa

Como sou uma pessoa antenada e relacionada com o universo blogueiro, volta e meia leio algum texto que relembra discussões e conversas com minhas amigas sobre algum assunto e um deles que rende muito é o excesso de intimidade. Na verdade, acredito que intimidade é saber o que o outro pensa só de olhar e a energia boa que acontece entre e fora dos lençóis, mas como nós, primatas bípedes, damos nomes a tudo, chamamos de intimidade o que muitas vezes é relaxamento, ah, tá, porquice mesmo (nem os porquinhos são nojentos). Assuntos relacionados ao banheiro, aos hábitos, acho que são questão de educação, mas vamos lá, que tem muita gente educadinha que é tremendamente invasiva quando o assunto é vida a dois. Que acredita que arrotar e soltar seus perfumados e barulhentos gases perto do outro são sinais de amor e intimidade, por exemplo. Cruzes, prefiro a BR 101 ao meio dia e movimentada do que isso. Os gases. Eles acontecem e existem, principalmente quando a pessoa come mais do que p

Ex que não vale nem a lembrança

O mundo capitalista atual é tão, mas tão maluco que inventou uma categoria de ex que nasceu obsoleta e moderna, ao mesmo tempo: o ex que não vale nem a lembrança. Obsoleta por ser carcomida pelo antiquado e onipresente machismo que trata as mulheres como pertences de um homem e moderna, porque o capitalismo ensina que o dinheiro vale. Se a mulher tem mais, o cara não quer perder a mordomia, se o bofe tem mais, não pretende perder o brinquedinho que tanto investiu. Enfim, a mulher não tem o direito de decidir se quer ou não continuar em uma relação. Escuto histórias absurdas sobre ex (e aqui incluo As ex também), dignas de contos fantásticos e surrealistas, mas que estão presentes na casa de sua amiga, vizinha, irmã, prima, tia, colega de trabalho. Ex que pretendem dominar a vida da ex-mulher, ex que são perseguidores tenazes, ex agressivos fisicamente, ex que perseguem os atuais relacionamentos, ex que fazem escândalos no trabalho, enfim, que tem uma ou todas essas atitudes. E tod

As brigas nossas de cada dia

Para variar um pouco, li um texto maravilhoso de um cara que acho fantástico pela sua visão de mundo, posicionamento sobre as relações, maneira de escrever, tudo, ele é o máximo, o nome é Frederico Mattos. O texto fala sobre as brigas em uma relação e como podem minar a mesma. Fiz um comentário que inspirou meu texto, pois o autor perguntou que tipo de expectativas temos ao entrar numa relação e como as expectativas irreais podem levar aos desentendimentos. Eu acrescento que nem todos entram apaixonados pela pessoa em uma relação, podem estar projetando uma vontade ou simplesmente se envolvendo por carência. Daí, é um pulo bem curtinho ou um pouco mais comprido para aquela chata, sabe, aquela atitude incomodativa: a discussão da relação. Quem não passou por uma, que atire a primeira pedra. Ou que não tenha sido protagonista da dita.  Eu parto do princípio que devemos primeiro pensar bem se a paixão é pela pessoa que acha que o outro deve ser ou pelas suas necessidades de ter al

Carta da despedida

Eu pensei em tudo que perderemos, mas você não decidiu e quanto a situação é essa, deixamos ao sabor do vento nossa vida e ela pode se espatifar em um rochedo. Então, como deve saber, eu estou decidida. Cansei dessa situação por vários motivos e já deve ser do seu conhecimento quais são. Não o faço por falta de vontade de estar com você, ao contrário, mas é por falta de vontade sua. Ou comodismo. Ou covardia. Ou insegurança. Ou tudo. Mas fico triste, sabe, com histórias que podem ser tudo e viram nada. Histórias que podem ser divertidas, poéticas, mágicas e vibrantes e se perdem por sermos seres indefinidos e covardes. Falta postura e atitude. Fico triste pelo conhecimento um do outro que pode ser tão legal, tão bonito. Mas que se transforma em um ponto de interrogação. Sei o que eu e você perdemos, mas talvez você não saiba. Talvez, afinal, você não saiba ganhar, apenas perder seu tempo, afeto, cuidado e muito de você. Deixa pedaços no caminho, nunca está inteiro. Agora, por exem