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Mostrando postagens de abril, 2013

Sexo como sintoma

Escuto histórias de amigos de que o casamento ou o namoro desandou de vez por causa do sexo ou da sua ausência. Que a mulher não queria dar mais ou que nunca foi lá essas coisas, mas que, no início, ele não se importava. Mas o tempo veio e com o tempo questionamentos e insatisfações. As amigas se queixam do desinteresse ou preguiça do homem e por aí vai. Eu sempre discordei disso. O sexo (ou a falta de), em uma relação NUNCA é o problema, mas seu principal e perturbador sintoma. Antes do sexo desandar de vez ou alguém encher o saco há várias situações que se descortinam aos seus olhos e você, cego-mor, por pura covardia ou medo de jogar tudo para o alto e ficar só, não quis enxergar. Nem todas as relações começam por amor, entenda bem, muitas são reflexo de uma carência, neurose ou posicionamento perante à sociedade, afinal, apesar do mundo “moderno”, as exigências sobre as mulheres e os homens são disfarçadamente parecidas com antigamente. Pode jogar pedra, mas questione se, em se

Estar em você

Sabe, meu lindo, não pretendo ser uma cavaleira do apocalipse. Não pretendo emitir frases definitivas, verdadeiras sentenças de morte e de frio, não vou dizer nunca mais ou até breve e também que estarei indefinidamente aqui. Posso ser atropelada amanhã e minhas promessas de espera ficam no vácuo. Não vou lhe pressionar e nem me intrometer em sua vida, quero apenas estar na sua vida, fazer parte de um suspiro qualquer ou ser o motivo para um sorriso, quero fazer parte dos seus planos, quero ser um tanto de você. Você, com esse  sabor de ar e mar, cheiro de maresia e sentimentos profundos me derrete inteira e me faz sorrir, uma boba feliz. Mas acho que você tem seus motivos para fugir, não invente desculpas, no fundo você sabe que uma relação entre nós acarretaria mudanças profundas em nossas vidas. Que teríamos várias situações para lidar e que precisaríamos confiar e acreditar muito em nossos sentimentos para poder enfrentar o que nos espera. E sua caverna (por mais que não a vej

Uma camisa em minha pele

Dormi pensando em algumas camisetas ou camisas que usei para dormir, emprestadas de algum bofe, claro.  E em como nunca ouvi um oferecimento espontâneo "quer uma camisa para dormir?". Talvez tenha escutado alguma vez, mas deve ter sido tão raro que não lembro. Sempre acreditei que eles adorassem nos ver vestidas com suas camisas, mas não tenho comprovado muito na prática. Eu gosto de vestir suas roupas, desfilar pela casa com uma camisa arremangada, as bordas tocando levemente meu púbis e as nádegas e deixá-lo acreditando que ficam melhor em mim do que nele. A verdade é que acho extremamente erótica a sensação de estar com a roupa dele, a camisa sobre minha pele nua, a calcinha é opcional. O tecido que tocou a pele dele roçando de leve os mamilos e as costas, nossa, me deixa mais bêbada que um litro do meu amado Jack Daniel's, não no sentido alcoólico,  mas físico, químico e biológico.  É como se dormisse com o toque dele intensivamente, leve, etéreo. Como se sua

O verbo

Várias fases da minha vida passaram e todas tiveram seu verbo. O verbo odiar, o verbo descobrir, observar, dançar, embebedar e vários outros. Há algum tempo, conjuguei o verbo romper e depois dele veio o engatinhar, seguido do avaliar e do sentir. Hoje, aliás, há alguns meses, descobri o verbo contemplar. E que verbo! Ao contrário do que pode parecer, contemplar não significa ser um observador distante e passivo, mas sim, alguém que absorve a essência de tudo, de um raio de sol, de uma conversa com as amigas, de caminhar nas calçadas e admirar a arquitetura urbana (que é caótica), de um bom filme, de sua própria companhia, de uma música, de um almoço com a família. E dos bofes lindos com suas barbas ralas a desafiar nossa sanidade e auto-controle. Contemplar é um estado de espírito, uma maneira de curtir a vida por inteiro. Quando eu contemplo a lua cheia, por exemplo, sinto uma energia boa, uma força enorme para decidir, agir, viver. E jogo beijos para ela, sou uma fervorosa disc

Levando o fim

Quando não se sabe o que quer ou precisa, vivemos uma ilusão, a de que somos felizes, que estamos realizados. Acreditamos que temos tudo na vida e que estamos completos. Mas uma voz lá no fundo, aquela voz que insistimos em não ouvir, sussurra que falta algo ou alguém. Vivemos cegos para a realidade, para os vazios, para as faltas. Por isso tentamos de várias maneiras enganar nossa voz, fingir que está bem. Na verdade, há faltas que são ausências silenciosas e insistentes. Quando você se dá conta disso, é como um baque, uma represa liberando a torrente de água inteira em sua cabeça. Um dia, um belo dia, você tem uma relação de vários anos que entra em crise, aliás, é você quem entra em crise. Aquela voz, lembra, a que você ignorava. Ela já grita e é impossível desfocar. De repente, todas aquelas noites em que você não dormia de conchinha e achava que não eram necessárias passaram a lhe assombrar. Todos os olhares que vocês nunca trocaram entre os travesseiros transformam-

Suspire, arfe, desvende

Suspire, suspire em mim Deleite-se com minha nuca desnuda Suspire deslizando pela linha da espinha Desça e arrepie cada vértebra minha Deslize suavemente, mate-me Cubra de suspiros os montes brancos e firmes da minha carne Entre, suspire no vale escondido entre os músculos Deslize, suspire, cubra com a língua seu desejo Suspire, arfe, deleite-se, desvende Invada, arrombe Suspire, sussurre, arfe Descubra Esse segredo tão meu Esse tesouro que guardo para você.

O que a Regina Navarro pode fazer por você

Assisti à última entrevista da Regina Navarro na Marília Gabriela e li alguns textos e entrevistas pela rede e confesso que até pouco tempo não conhecia seu trabalho. Não li seus livros (se alguém quiser me presentear, essa é uma boa sugestão), mas dentro da minha linha de pensamento e crenças, posso tentar descrever minha opinião sobre seu posicionamento e teses. Em primeiro lugar, ela não é apenas sexóloga, é psicanalista com anos de experiência e pesquisa, o que por si já é uma ótima referência. Conhecimento e leitura (ou amparo bibliográfico, como queiram) e uma capacidade de raciocínio e comunicação que provavelmente são 50 por cento do seu segredo transformaram essa senhora em um sucesso. Discordando ou concordando, digo que é leitura obrigatória e imperdível cada entrevista que concede. E sou uma que discorda e concorda ao mesmo tempo. Na última entrevista achei ótima a distinção entre mulher independente e mulher autônoma. A independente é a que trabalha, se sustent

O amigo vibrador

Posso dizer que o vibrador é um bom amigo colorido. Sim, pois há várias cores ao seu e ao meu dispôr, além dos modelos e formatos. Depende do uso e lugar existem desde os em formato do nosso querido e amado pênis (em tamanhos descomunais ou nem tanto) até calcinhas vibratórias, alguns que encaixam entre as pernas e tantos outros que nem consigo acompanhar, hehe. Provavelmente com um desenho atendendo a clientes exigentes e fiéis. Vi um objeto estranhíssimo, segundo a descrição, era um estimulador anal. Sim, anal, do rabicó mesmo. Até ele tem direito a um objeto especial, pasmem. Mas é estranhíssimo, eu, hein. Sei lá, na dúvida nunca sugira ao seu namorado que gostaria. Acho que seria como enfiar bolotas de cocô ao contrário da direção que normalmente tomariam, podem imaginar que tal é o troço. Namorados (ou maridos) e vibrador, uma questão controversa. Fabrício Carpinejar, em uma crônica recente, assumiu que nunca deu um à sua eleita e que um amigo comprou um especial na Alema

Menstruar e a Terra

O artigo anterior da coluna Natureza Feminina foi uma introdução aos temas que pretendo abordar e um deles, que sempre me fascinou, é a Menstruação, assim mesmo, iniciando com letra maíuscula. Sim, minha amiga, você vai me falar que tem cólicas, dores nas costas, humor do cão, sei de tudo isso. Sei que há disfunções hormonais, sei que há o medo de engravidar (o que é até uma contradição quando alguém usa a bendita camisinha), sei que você não quer menstruar ou acha um horror a menstruação, mas leia esse texto. No mínimo, aprenderá mais sobre o feminino e sobre você mesma. Nós mulheres somos como a Terra, tudo em nós floresce e frutifica. Os ciclos da Natureza estão todos refletidos em nosso corpo - as estações, a lua, o sol. Não é à toa que, na Wicca, a Deusa (o feminino) é representada pelo símbolo das fases da lua - as três faces da Deusa. A Menstruação é o símbolo máximo do feminino, não os seios, não as bundas, não os cabelos oxigenados, nada de estereótipos, mas nosso c

Saudade é seu nome

Descobri que é aos sábados que a saudade grita no peito da gente, tomando conta do nosso pensamento. É quando não há trabalho ou qualquer outra atividade para ocupar nosso tempo que essa saudade assola o peito, gritando, chamando. A saudade tem um rosto, nome, voz, pele e corpo, transfigura-se em forma, som e movimento. E chamo por esse nome, meu coração anseia por ele. A saudade tem uma alma que entende a minha, que tomou conta dos cantinhos mais remotos do meu coração. E é sábado à noite que ela vem como uma ventania e deixa uma turbulência no peito. Levanta as teias mofadas do esquecimento e revira o corpo, a alma, os pensamentos, tudo. Saudade molha os olhos, mistura tristeza e alegria. Saudade é de longe o sentimento mais confuso que experimentei. E a saudade personifica-se em um homem. Saudade é uma presença muito forte, deixa meus sentimentos ainda mais vívidos. Nunca havia prestado muita atenção à esse fato, de que saudade pode ter nome, sobrenome e endereço. Que a

O feminino e a mulher moderna

As conquistas femininas nos últimos tempos foram um marco na história da humanidade. Depois de um período de obscurantismo e perseguição, as mulheres foram ocupando seus espaços na sociedade progressivamente, mas não sem lutas e dificuldades. Hoje, votamos, somos participantes ativas da sociedade, decidimos sobre nossa vida (várias vezes sobre a vida alheia também, hehehe) e ainda sentimos o efeito do machismo. Tudo em mais ou menos dois séculos e, principalmente, com o feminismo, um movimento que tem o intuito de igualar os direitos entre os sexos, acabar com a violência e o sexismo. Mas o custo emocional para a mulher de toda a sobrecarga da vida moderna tem efeitos que ainda serão devidamente entendidos com o tempo. Os desencontros emocionais e o acúmulo de tarefas das mulheres, pois os homens ainda não dividem os afazeres domésticos até por culpa da mulher mesmo, são alguns dos aspectos negativos dessa evolução toda. As doenças que antes quase não atingiam nosso sexo também

Ai, que saco, vida de novela

Não aguento mais as xaropices da vida expostas tão ridiculamente na novela das oito. E resolvi escrever minha crônica da novela anunciada, que é para acabar com a ilusão do povo. Assisto pouca novela, lá de vez em quando um capítulo ou outro, mas nem precisa acompanhar para saber que é um saco. Passa dia, semana, mês e nada muda. Quer dizer, piora. Vamos à novela das oito, que é às nove. Gente, que é aquele Theo? Eu não queria nem fodendo um mala filhinho da mamãe daqueles. Pensa, amiga, é lindão, é querido, mas é um Titanic. E a mãe dele, ninguém merece uma sogra chata daquelas. O cara, que não é o meu tipo, tem uns 30 e poucos anos, trabalha, ganha mais ou menos, pode morar em outro lugar, mas não, o bebezão ainda mora com a mamãe. Alguém já viu ele pagar uma faxineira para tirar a véia da lida? Tem roupinha limpa, comidinha na mesa, casa montada, um tia solteirona que não serve para nada e fila bóia, uma casa cheirando a naftalina, tudo bem direitinho. Ele até pode levar a namo