Eu admito que não gosto de homens muito certinhos, muito cheios de regras e de manias, muito bons. Gosto mesmo é de um imperfeito, com nuances e paranóias, inseguro e confuso, meio que atordoado com a vida, mas que segue em frente, porque sabe que é o que tem que ser feito. Gosto de homem que se questiona, que não sabe se fez o certo, se a decisão é a melhor, se está convicto. Fazer o quê, eu gosto, não significa que sejam uns fracassos na vida, significa que eles nem sempre tem certeza de que tomaram a melhor decisão, de que é o certo a fazer. Para mim, homens assim são humanos, simples. Eles não estão necessariamente tentando impressionar, medindo as palavras, estão tentando, apenas. Querem ir em frente, mas com dúvidas se agiram certo. Tudo bem, desde que isso não signifique uma paralisia na relação, mas eu sou furacão suficiente para endireitar a situação. Ou cair fora.
Sei lá como explicar essa minha predileção. Até o ano de 2011, mais ou menos agosto de 2011, eu não sabia que gostava deles. Até que um dia percebi porque nenhum que havia conhecido até então poderia me fazer feliz de um jeito que não percebia: eles sempre tentavam ser machões e impor suas idéias, pediam desculpas pro-forma. O imperfeito não, ele pensa e admira que você pense também, reflete no que alguém fala para ele, principalmente se tiver olhos verdes e idéias fortes, hehehe.
E ele olha no fundo do nosso olho, até ficar envergonhado, acredite. Eles são tão bons pois são assim, gente. São comuns e incomuns, ao mesmo tempo. São carinhosos e meio que tentam ser machões e não conseguem, pois são inseguros. São homens e meninos, capazes de nos abraçar bem forte para que saibamos que nos querem, ao mesmo tempo, confessam seus medos mais profundos e suas mágoas com a mãe como crianças tristes. Tenho vontade de pegar no colo e de, também, me perder no abraço do meu imperfeito. Um homem assim me põe a nocaute. Pena que em sua fragilidade não consegueria segurar o rojão de ser meu dono. Entendo, pois não é fácil se envolver com uma mulher tão eu quanto sou.
Ser frágil não é ser doente da cabeça, embora alguém que tenha vários conflitos pode, em algum momento, sair do eixo. Normal, sair do eixo e voltar rapidinho faz parte da vida, do ser adulto. Eu quero um homem assim, completo porque é imperfeito, homens fortes demais, seguros demais e sem uma dosezinha de conflito é um tédio, fora que intimida. Eu até sou uma mulher forte, mas com várias nuances e fragilidades; acho que eu e meu imperfeito nos complementariamos que é uma beleza. Eu quero sim, esse homem que deseja o equilíbrio, embora muitas vezes nem saiba ao certo como atingí-lo, mas que tenta, que erra e acerta, que apoia e segura, que pede ajuda e compreensão. Mas que é compreensivo, atencioso e interessado, mesmo que derrape, nunca sai da estrada. Que pede desculpa sincera, que quer ser um homem melhor para mim. O meu imperfeito predileto, como só ele sabe ser.
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