Fiquei anos sem escrever poesias ou textos porque faltou o ingrediente principal das minhas transpirações e inspirações: sentimento. Sim, clichê, não é? Justo eu, que sempre fiquei alguns graus fora do ângulo, cometo esses clichês e ou lugares comuns. Mesmo querendo fugir, tropeço nesse troço insondável chamado amor e suas implicações ora leves, ora duras e que tão lindamente me fazem sentir a vida correndo nas veias e deslizando para meus textos e poesias. Para minhas palavras atingirem fulminantemente o cérebro e os corações alheios primeiramente o meu cérebro e meu coração precisam estar flechados e perplexos com emoções indizíveis e mágicas. Sim, acredito na magia dos momentos e na poesia suave que pode ser criada a partir de um sentimento.
Meu coração precisa ter um tanto de ideias e um tanto de pessoas dentro dele para que as emoções fluam e se transformem em poesias e textos. Para que eu flua e me transforme em poesia. Um equilíbrio de emoções que até podem parecer desgovernadas, mas que tem rumo certo. Como eu, talvez. Como você, talvez.
O estranho nisso tudo é que nunca saberei se em algum momento inspirei poesia em alguém, se alguém, alguma noite estrelada dessas, perdeu o rumo de seus pensamentos e encontrou meu rosto em um reflexo. Se meu perfil nas redes sociais foi stalkeado, se ficou inseguro, se fui poesia em forma de lembranças. Porque os poemas vem da música indecifrável que se transforma em palavras, em textos. Que se transforma em lirismo, em magia, em som e cor. Que nos transforma em luz e sombras, aos pés do precipício e com os braços nas nuvens. Onde somos princípio e meio, nunca um fim.
Minha profundidade me define. Meu mundo não é raso como um pires. Tento ser eu em cada frase, em cada palavra. Transparecer como percebo o mundo, como tento sobreviver nele. Me afogar nas ondas das rimas, letras e confusão organizada que uma poesia representa. E assim, por mais clichê (de novo!) que seja, viver.
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