De longe, felicidade e conformismo parecem iguais. Não são. Felicidade não é a gargalhada e a propagação do sou feliz!, felicidade é um estado de espírito. Conformismo é aquela pessoa que diz que o casamento já não tem graça, nunca houve ou não há mais amor, mas enfim; que o trabalho desgasta horrores, estressa e anula, mas enfim; que poderia ter feito outras escolhas, mas enfim. Desculpas e mais desculpas para o fato de que não se é feliz. Os conformados até parecem se divertir em algumas situações, mas são reconhecidos pois imediatamente após sorrir, dançar ou qualquer outra situação semelhante, seu olhar volta a ser enevoado. Essa é uma diferença sutil, mas que não escapa aos meus treinados olhos. E aos dos demais observadores atentos. Quem é feliz sorri com os olhos, sem alarde, tem brilho, tem viço, não fica posando de que está horripilantemente feliz. Os felizes terão momentos ruins, dificuldades e problemas. Mas, diferente dos conformados, saberão que é necessário encontrar soluções. O conformado possivelmente se deprime. E ser feliz é um escolha, um estado de espírito e dá trabalho, muito trabalho. Mas vale a pena, ô se vale. Feliz ou se é ou sempre vai perseguir o infinito. E não encontrar felicidade nenhuma por lá. Não se deve perder a oportunidade de ser feliz, por mais desafiante que isso seja. E mais assustador, também.
Eu estive aqui ontem. Hoje, sou outra a surgir. Eu estive aqui há um mês. Hoje, não quis voltar a dormir. Eu estive lá há um ano. Voltei agora e eu não sou o mesmo lugar. Eu me apaixonei há quatorze meses. Hoje, sou outra e não amo. Eu amei profundamente há três anos. Hoje, lembro com um afeto intenso, mas é outro o coração que pulsa. Eu me namoro hoje. Há oito meses queria morrer. Não sou a mesma em mim, mas somos as mesmas em processo de mudança. A Claudia melancólica, a Claudia fechada, a Claudia vibrante, a Claudia sombria, a Claudia falante. A Claudia quieta. A Claudia poeta. A Claudia que é a água de um rio, o sopro do vento, a chama da vela e a floreira da orquídea. A Claudia que me habita e a quem amo muito. A desesperança e o desânimo são intangíveis e impermanentes. Meu amor por mim é árvore, que cresce um pouco todos os dias. Sou eu em mim, na mudança do hoje e do amanhã.
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