Pensando em como é melhor escutar música do que embarcar nesses Titanics que a vida nos apresenta, que o mundo de uma canção mostra possibilidades oníricas, imaginei um dia na minha vida sem música. Não há. Engraçado que penso música. Não consegue entender? Fácil, meus dias sempre tem uma música tema rodando em minha cabeça, quando não é mais de uma, meus pensamentos são associados à música. Cada fase da minha vida tem uma canção relacionada ao momento ou uma trilha sonora completa. Agora, por exemplo, redescobri algumas bandas que estão ao fundo desse confuso momento em que me encontro. Por causa de uma lembrança remota, há algum tempo puxei Fleetwood Mac e escuto canções clássicas dessa banda, além de Blue Oyster Cult. Johnny Cash também tem entrado aos poucos em minha vida, assim como John Butler. Eu, roqueira assumida, entrando nas ondas sonoras dessa gente? Ah, sou mais eclética do que pareço.
Gosto dos cantores e cantoras com uma levada blues ou folk. Mas Bob Dylan eu ainda sou relutante. Recentemente descobri em um dos canais do meu aparelho celular a linda e envolvente Melody Gardot. Ainda não entrou na programação da minha rádio cerebral, mas em breve vai colar feito chiclete. Dias de chuva geralmente lembro de Running up that hill, mas na versão da Placebo, não com a Kate Bush, acho que a banda deu uma levada ainda mais melancólica para a canção. Aliás, Brian Molko transforma as canções com seu jeito enigmático. Sim, quando minha alma está enroscada em si, é esse ritmo que gosto, afora Adele, lógico, com sua Set fire to the rain "until you kissed my lips and you save me". Já me rendi às lágrimas ouvindo Addicted, com a Kelly Clarkson, essa me rasga em mil pedaços. E chorei feito idiota embalada por Lulu Santos e sua Certas coisas "eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia"; o mesmo Lulu Santos que deixou meu espírito elevado com Tempos modernos "vamos nos permitir".
Quando quero o escracho, certamente escuto a divertida Velhas Virgens, brinco com as amigas que somos a mulher da canção Ela não vale nada. A canção da ressaca é auto-explicável. Matanza também me faz gargalhar, Meio psicopata é uma canção divertida e as imagens mentais que evoca são risíveis. O Jimmy tocando o terror no trânsito é de rolar de rir. Se a fase é mais introspectiva, a canção que mais faz sentido para mim é Confortably numb, da Pink Floyd, aliás, todo o álbum The Wall é ótimo. Gastei o dvd de tanto assistir, em noites de luzes totalmente apagadas.
Entre todos os artistas que citei e mais vários que adoro, o que mais me define, entende e descreve é o maravilhoso John Mayer. Shadow Days é muito eu, tão linda, assim como Heartbreak Warfare. Cada letra tem um pedaço meu ali descrito e seu jeito único de cantar e se posicionar em um palco me deixam maluquinha, é o intérprete da minha alma. Na verdade, tenho acreditado piamente que nas canções é que me encontro, é onde posso mergulhar em meu mundo particular e reconstruir minhas idéias. É com a música que posso extravasar meus medos e inseguranças, chorar e rir ou sorrir lembrando de alguém ou situação. É com a música que um momento se eterniza e que a poesia da vida é melhor descrita. AC/DC ou Adele, ZZtop ou Bread, tanto faz. É escutando e cantando que minha vida é muito mais bonita.
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