Uma postagem minha, numa dessas tantas redes sociais, rendeu uma conversa inspiradora com uma amiga muito querida que tem a história de vida bem parecida com a minha, sobre como a amizade se dá mais pela ocasião do que por afeto. Que muita gente é egoísta, procura apenas quando vê necessidade ou quando está sozinha, isso sabemos, mas o comportamento de várias dessas amizades atinge o absurdo. Sabotar futuros relacionamentos, enciumar-se de alguma outra amiga, cobrar atenção quando quem sumiu foi a pessoa em questão, comparar-se, enfim, tantas atitudes sem motivos e sem noção que nem sei descrever. Gente que agradece aos amigos que tem, sentados em volta de uma mesa, num bar e bebendo muitas cervejas, isso é lindo. Quero ver esses mesmos "grandes" amigos procurar em casa, quando a pessoa está sozinha ou com algum problema. Lógico que não serão seus amigos, a finalidade é essa mesma, apenas diversão e banalidades.
Há situações que acontecem na nossa vida que são um tapa na cara, outras, um alerta daqueles. Pois é, nos últimos tempos, aconteceu comigo mais do que deveria permitir. É o preço por esperar que tenham comigo a mesma atitude, o mesmo respeito e a mesma ética. A amiga que se ressente dos "peguetes" que a escondem, enquanto o da amiga (você) a leva em bares, apresenta aos amigos e até sente orgulho em ser visto com ela. "Ela", que não segue os mesmos padrões de suas amiguinhas, que tem opiniões e se faz ouvir é uma louca, mas é essa louca que um homem tem vontade em aparecer em público, enquanto que a amiguinha é catada em algum lugar três e meia da manhã e mantida escondida. Enquanto que a amiguinha é ignorada no barzinho, a "louca" é vista aos beijos em outro. Enquanto a louca tem conversas interessantes e uma troca legal de energia, a amiguinha fica em quedas de braço com seu par ou então dá corda para os caras mais desinteressantes e sem conteúdo que há (mas eles tem pau). Os "amigos" que são uns tremendos fofoqueiros e usam o nome da amiga para espalhar mentiras pela cidade. Como a amiga é "louca", as pessoas nem questionam o caráter do fofoqueiro.
Recentemente, li uma reportagem que apresentou um novo termo e conceito o "frenemies", aqueles amigos que nos irritam, com que temos alguma questão, mas os mantemos por antiguidade da relação, gratidão ou algum outro motivo. Uma pesquisa mostrou que essas categoria de amizade é mais danosa do que um inimigo, por ser permeada de sentimentos ambíguos. A sugestão é que ou
se afaste desse frenemie ou exponha os conflitos da relação. Esses frenemies, para mim, nada mais são do que os denominados "amigos-da-onça". Talvez nem o façam por mal, mas abusam da amizade, projetando no outro suas próprias dificuldades, talvez seja apenas mais uma maneira de sentir inveja ou algum complexo de inferioridade. Se olhassem para si com a mesma eloquência com que o fazem sobre o outro, garanto, muitos conflitos seriam evitados.
Portanto, segue mais um conselho-clichê-da-vovó-e-que-se-fosse-bom-não-se-dava-vendia e o farei da mesma maneira. Evite ser você o fofoqueiro, recalcado, problemático. Resolva seus problemas sozinho e não os projete no outro. Seu bofe sai saracoteando aos finais de semana, mas você é a cachaça rançosa que ele bebe quando faltam bebidas? Larga o traste e mude sua postura. Sua vida é tão sem-graça que precisa falar, criticar ou mentir sobre a alheia? Tenha sonhos e planos, objetivos razoáveis e que podem ser atingidos. Seja fiel a si, pense de maneira autônoma, seja independente dos julgamentos alheios. E, principalmente, preocupe-se com a sua vida e deixe a das suas amizades em paz.
Excelente texto, amiga! ��������
ResponderExcluirObrigada, tens participação na inspiração e transpiração desse texto!!
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