Em termos de amor, sempre fui uma ogra. Fugia desesperada ou botava a correr qualquer homem desajuizado o suficiente para se aproximar. Minha frase sempre foi "os que não fugiram, botei a correr". E escondia meu medo atrás da arrogância e muitas garrafas de bebida alcoólica, atitudes defensivas e humor ácido. O único cara que namorei por muito tempo foi exatamente aquele que não ameaçava meus sentimentos, alguém que decidi ser uma boa namorar, quase pedi para preencher um formulário. Enxerguei nele minha vontade de ter alguém e não a possibilidade de amar e foi exatamente por eu ter absoluto controle sobre as emoções que embarquei. Os outros (poucos) que balançaram meus sentidos e meu coração foram solenemente destratados ou ignorados, até mantidos à distância, tudo em nome desse medo enorme de me entregar, ser rejeitada ou simplesmente de não saber lidar com a perda. Sempre me perguntei como seria se morresse o alvo do meu afeto e a resposta não me agradou. Medo de qu...
Uma mistura confusa de objetividade e sensibilidade, de mulher e poeta, de gente e de sonhos. Metade noite e pensamentos, metade ativa e solar. Como Perséfone, que inverteu a ordem do Reino do Submundo.