Uma constatação meio óbvia sobre os relacionamentos modernos é que homens estão mulherzinha e mulheres estão nem sei como. Na verdade, acredito que ambos estamos perdidos em relação um ao outro, mudou tudo tão rápido que os meios termos, as aproximações sem rumo, a falta de objetividade tomou conta. Atitude no sexo sem atitude na vida e na aproximação um do outro. Uma vez, estava de test-drive de namoro com um moçoilo aí e ele deu chilique, sumiu uns dias. Quando apareceu, depois de três dias sem noticias, disse que precisou se afastar um pouco para avaliar o que realmente sentia. Ótimo, avisei que não tenho paciência para esse tipo de comportamento e que minha postura, nesse caso, é ignorar a existência da pessoa e, se tiver vontade, procuro depois de uma semana ou mais com meu costumeiro sarcasmo. Precisava ter tirado foto do olhar que me lançou, parecia que ouviu uma história de horror...
Escapa à minha compreensão como várias mulheres engatam romance com esses homens de hoje. É preciso quase uma bola de cristal para adivinhar o que pensam, desejam ou se realmente querem. Santa paciência que eu não tenho, no popular português, não tenho saco para correr atrás, ligar todos os dias, marcar presença e demarcar território desde o principio, sei lá, acredito ser muito invasivo. Sou adepta dos sinais de fumaça e só. Distantes e eventuais no caso de haver recíproca, sem ela, mando uma mensagem por desencargo de consciência e ferrou, amigo. Pode morrer agarrado ao telefone ou computador, é o que obterá de mim, depois de uma briga entre meu orgulho e meu bom senso. Pode ser radicalismo, mas não procuro, a exceção é se estou em uma relação e piso feio na bola. É o único caso em que o procurarei mesmo. Pode não aparentar, mas sou muito na minha. E, convenhamos, se a pessoa não demonstra interesse, some e reaparece semanalmente ou quinzenalmente, nem é preciso pensar muito em como agirei.
A aproximação deveria ser assim, telefone de vez em quando, conversa despretensiosamente e marca uma saída no final de semana, quem sabe, dia de semana. Juro que não compro vestido de casamento e ou encaminho os papeis para o cartório. São apenas duas pessoas que estão se conhecendo, nada demais. E migalhas quem aceita são pombos nas praças, sei como quero ser tratada e assumir o papel coadjuvante ou da trepadinha da vez, estou fora. É fácil perceber quando é isso que acontecerá. Não subestime minha inteligência e nos poupe tempo, se é seu desejo apenas afogar seu ganso, esqueça de mim.
Encurtando a conversa, não espere o que não farei. Se gostou da companhia, se há uma atração e uma troca de energia, procure. Se pensou e lembrou mais de uma vez em dois ou três dias, procure. Se deixou marcas, procure. Por mais que os tempos tenham mudado, há situações e comportamentos que não mudam e adivinhar pensamentos ainda não faz parte das habilidades humanas. Esse chove-não-molha é atitude de gente insegura, que não sabe o que quer. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, não esqueça. Sempre deixo claro (ou imagino ter deixado) que parei em seu estacionamento, meu caro. Que tenho uma despencada morro abaixo por você. Que estou atraída e com fome de você. Se não houver movimentos de sua parte em minha direção, agradeço os bons momentos, mas adeus. Radical, você diz? Não viu nada, amigo...
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