Ela foi sequestrada por um meliante de boa aparência, à meia noite de um dia qualquer, com aviso e antecipação. Devidamente embriagada pelo vinho e o cheiro do sequestrador, sentia um frisson por seu corpo, arrepio em sua pele e algo mais que não saberia definir. Encarcerada no automóvel do meliante, ela não queria fugir, abrir a porta ou outra loucura qualquer. Sabia que daquele dia em diante, não teria mais volta, os sequestros seriam parte de suas noites e dias, provavelmente, intermináveis dias, seguidos por intermináveis noites. Talvez, a maior loucura seria a que seu coração e seu sexo antecipavam: submeter-se à horas e horas de submissão e tormento pelas mãos, boca e sexo do terrível sequestrador. Ansiava por isso. Ele era doce e sombrio, ao mesmo tempo. Falava muito, mas agia sempre. Via em seus olhos que gostava de ter o poder sobre ela, experimentava suas reações. E ela se entregava a cada uma delas, cada tortura, cada toque, cada investida em seu sexo. Ela sentia um ...
Uma mistura confusa de objetividade e sensibilidade, de mulher e poeta, de gente e de sonhos. Metade noite e pensamentos, metade ativa e solar. Como Perséfone, que inverteu a ordem do Reino do Submundo.