Você, uma pessoa de riso fácil e cheia de vida, de uma hora para a outra se vê quase sem energia. Azedume passa a ser o seu nome do meio e você não se diverte como antes com o sarcasmo habitual que destilava. Sente uma inadequação entre as pessoas que sempre fizeram parte da sua vida. Briga por bobagens com quem mora ou convive estreitamente com você. Tem dias em que gosta de ficar sozinha, tem dias em que sufoca, sente um desamparo, uma solidão. Faltam abraços, falta apoio, falta amor. As pessoas dizem que você tem isso, o que não sabem que esse sentimento é manifestado de uma maneira distante, isolada. E você quer colo, quer cuidado, quer, por algum momento breve, sentir que alguém decida por você. Saturação, excesso de decisões, de responsabilidades, de dilemas, transformam seu dia a dia em uma sucessão alternada de ansiedade, fugas e insônia. Você sente que seu corpo se deteriora, mas o que está fenecendo é sua estabilidade emocional, sua capacidade de equilibrar-se nessa co...