Há um ano, 27 de janeiro de 2013, a maior tragédia da cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, ceifou vidas e deixará sequelas em um número ainda maior de pessoas. No entanto, a mais pungente e triste sequela nem é tão comentada: a saudade de um amor interrompido, a dor de nunca mais poder aguardar a chegada do filho, ou de beijar o namorado(a), de não se saber como desenrolaria o futuro daquelas pessoas que se foram, se teriam filhos, como seriam suas carreiras profissionais, quais escolhas fariam e o resultado das que fizeram. Saudade espera retorno, amor espera abraço. O carinho suspenso pelo fogo e fumaça estará sempre na vida dos que perderam alguém, ainda mais de uma maneira tão estúpida, tão egoísta. O meu mundo não é mais o mesmo, mas o mundo dos que sentem a dor de um amor interrompido e de uma saudade é inexoravelmente partido, modificado. E dói muito mais porque amor engasgado é amor que estrangula, asfixia, adormece. E não há remédio ou palavras que podem modificar esse fato. Sim, eles vão levando a vida (ou a vida os leva), aparentemente estão ali, mas seus corações e pensamentos sempre voarão em outro plano, outro lugar que não aqui.
O agora é um lugar que dói para pai, mãe, esposa(o), namorada(o), amigos, parentes, pessoas que foram tocadas por essas vidas de alguma maneira, que receberam um sorriso ou um bom dia. Há a menina que nasceu sem conhecer o pai, há o pai que não conhecerá seu filho no futuro. Sim, pois as pessoas mudam sempre, o adolescente alegre daquele dia poderia ser o homem que descobriria uma nova tecnologia, uma nova medicação, um novo mundo. Há professores que apostavam em um aluno, que tinham esperança nele. E essa esperança está suspensa. Como num lago congelado de vida, futuro e amor.
Justiça sim, porque uma parte da dor é a impotência e a indignação. Justiça para esses pensamentos de dor, justiça para o útero que sangra a dor de uma perda, do adeus que não foi dito. Justiça para o amor engasgado e a saudade. Justiça sempre, as Instituições precisam responder adequadamente essa dor. A partida é sem volta, passagem comprada para o adeus. Então, que as respostas possíveis sejam dadas, mas as respostas que um coração anseia, eu não as tenho, você não as tem. Por quê se foram, destino, omissão, algo do plano espiritual? O que foi, para quê? Não sei. A certeza que tenho é que todos morremos um pouco naquele dia. Mas que precisamos, de alguma maneira, transformar essa dor em algo positivo, uma nova lei, um novo olhar sobre o mundo. E em novos eu e você. 27/01/2014 - Um ano sem adeus
Por Você - Cidadão Quem
Um Dia Lindo
Pra Sair De Casa
E Andar Sem Rumo,
Esquecer
Que Não é Lindo
Ver o Amigo
Partir Sem Rumo
Não Vou Saber
Refrão:
Mas Vou Lembrar
Que Não Se Morre
Quando Se Deixa Vivo
Seu Olhar Dentro De Nós
Mas Vou Chorar
Por Ser Parte Daquilo
Que Não Entendo
Mas Vou Chorar
Por Você
Um Dia Lindo
Pra Sair De Casa
E Andar Sem Rumo,
Esquecer
Que Não é Lindo
Ver o Amigo
Partir Sem Rumo
Não Vou Saber
(Refrão)
(Repetir Refrão)
Por Você
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