Pular para o conteúdo principal

A vida é o maior gozo



Não diga para eu curtir, sair pegando, estou bem assim, na minha. Macho não falta, mas homem é raro. Esses caras são uns bostas e bosta só no vaso sanitário e, ainda assim, puxo a descarga. Escolhi viver dessa maneira e sei que é uma fuga, mas deixe eu ser covarde em paz. Deixe que eu tome umas pingas por aí, volte girando em torno do meu eixo, sorria à toa. Gosto disso. Ser sozinha é muito diferente de ser solitária, não quero mais tropeços, esperar ligações ou ficar na duvida se respondo ou não uma mensagem. Se atendo ou não o telefone, se encontro ou não. Sentir uma dorzinha no peito ao recusar um convite. Nada disso. Se quiser um orgasmo, me masturbo ou uso o vibrador. E só.

Acha estranho, eu sei. Uma mulher ainda jovem, sem filhos, que pode fazer o que quer e quando quer. Perceba que já escolhi, desista dessa sua miopia estereotipada, nossa sociedade "moderna" exige que estejamos trepando e gozando e consumindo o tempo todo, como se um bom livro ou um filme não fossem tão orgasmáticos. O cérebro é o mais poderoso órgão sexual e posso gozar porque estou viva, feliz e tranquila. Gozo porque sou minha melhor companhia, às vezes saio à noite, às vezes vou às reuniões femininas para fofocar e trocar ideias, em outras situações me aninho no sofá e como minha pipoca assistindo a um filme. Isso é gozar a vida, fazer o que me satisfaz. Dar pra um qualquer não me fará melhor e nem a você, pois sei o que quero. E quero uma relação legal, de sintonia. Fora isso, nada. Diferente de você, atingi um estágio em que não preciso provar nada para ninguém, me garanto. Celebro e banco minha escolha, embora celebrar para nós tenha um sentido diferente.

Gosto de sair à noite porque transgrido. Gosto dessa catarse, do grupo. Mas gosto de estar apenas comigo. Nunca saí à noite para pegar macho, não se ofenda, não quero esse curtir e não condeno os outros, mas detesto esse ranço de seguir padrões, sou uma crítica ácida do meu tempo, me conhece. Faço o que quero e pronto, sem ofender e nem desrespeitar. Pode acontecer de alguém não gostar, paciência, sem a intenção de pisar na bola, posso ferir algumas suscetibilidades. Tenho ojeriza de que me digam como agir e o que fazer, sei quem eu quero ser e como, mas agradeço a preocupação. Vejo o mundo sob outra perspectiva, embora nem sempre pareça assim. E meu estado civil não é a razão para eu estar bem, eu tenho paz de espírito. Sou profundamente eu, evoluí ao ponto de saber o quero. Se não for, viro as costas. Não vivo mais pela metade.

Estou bem desse jeito, desistindo de novas pessoas ou de velhas relações. Dar uns amassos ou sentir friozinho na barriga? Não, obrigada. Esse recolhimento afetivo de maneira alguma me faz sofrer ou deixa carente, aliás, carente sou um pouco, me sinto desamparada e tudo, mas sei que não é qualquer pessoa que vai ser uma grande parceria. Sei que não é colecionando esperas ou arrependimentos na madrugada que serei mais feliz e terei paz. Não colecionarei lágrimas e nem vácuos (admita, você se acha esperta, faz gênero, mas está sempre sozinha, finge que não, mas sei que chora quase todas as noites escondendo o vazio e não entende porque eles não lhe procuram ou não a respeitam). Acredite, sou de outra categoria de pessoas: as que se amam acima de qualquer outra pessoa ou situação. E sabe qual o motivo disso tudo? Quero mais da vida e mais de mim. Agora, nesse momento, sou minha melhor companhia. De tanto me conhecer, descobri o óbvio: a vida é o maior gozo.

Comentários

  1. kkkkkkkkkkkkkkkk...eta bloguezinho divertido esse...sempre dou boas risadas quando tenho saco de ler essas melopéias...tá melhor que a encomenda...

    escreve aí como será o seu futuro: morar com a sua irmã e envelhecer rodeada de cuscos e algumas pulguinhas ou correr atrás de macho na noite...BOA SORTE (retribuindo a célebre e inesquecível gentileza)...kkkkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiguinha loirinha, que o badoo seja sempre teu norte!

      Excluir

Postar um comentário

Obrigada.

Postagens mais visitadas deste blog

Amor xadrez

Em uma das várias conversas com amigas, hoje, ao telefone, comentei com uma delas, que é do núcleo duro da minha vida, que o amor virou um jogo de xadrez nesse mundo moderno. E SOU PÉSSIMA NO XADREZ. Dei risada na hora e pensei que é um ótimo tema para um texto. E me postei em frente ao computador para cuspir essas linhas, hehe. Vida dura de mulher solteira e que se banca num quesito muito mais fundamental do que apenas ter um contra-cheque: personalidade. Pagar uma conta várias pagam e até não são más pessoas, mas assumir suas opiniões e se postar perante a vida e o mundo com um sonoro DANE-SE, virando solenemente as costas para o que não está lhe servindo ou não agradou é para poucas. Não disfarço quando não gosto de alguma situação e não engulo um sapo-boi apenas para manter um homem ao meu lado a qualquer custo. Ou me ama e assume um compromisso afetivo comigo ou rua. Até dou chances, mas esses trouxas não entendem que não faço parte da decoração. Também não acredito em ...

As grandes amizades

Uma postagem minha, numa dessas tantas redes sociais, rendeu uma conversa inspiradora com uma amiga muito querida que tem a história de vida bem parecida com a minha, sobre como a amizade se dá mais pela ocasião do que por afeto. Que muita gente é egoísta, procura apenas quando vê necessidade ou quando está sozinha, isso sabemos, mas o comportamento de várias dessas amizades atinge o absurdo. Sabotar futuros relacionamentos, enciumar-se de alguma outra amiga, cobrar atenção quando quem sumiu foi a pessoa em questão, comparar-se, enfim, tantas atitudes sem motivos e sem noção que nem sei descrever. Gente que agradece aos amigos que tem, sentados em volta de uma mesa, num bar e bebendo muitas cervejas, isso é lindo. Quero ver esses mesmos "grandes" amigos procurar em casa, quando a pessoa está sozinha ou com algum problema. Lógico que não serão seus amigos, a finalidade é essa mesma, apenas diversão e banalidades. Há situações que acontecem na nossa vida que são um tap...

Fingers

           Senhor Dedos Mágicos, minha calcinha não esqueceu de seus dedos dentro dela. Nem outra parte recôndita de minha anatomia. São lembranças úmidas de uma noite fria por fora, mas fervendo por dentro. Minha boca também manda lembranças à sua, que perdição nossas línguas se encontrando. Desde aquela noite, sonhos eróticos e malucos tumultuam meu sono. Uma imensidade de ideias e suspiros estão ecoando em cada lugar que vou. Quem diria, aquele cara quieto, sem jeito, hein? Uma ótima surpresa. E eu que pensei que você não fosse de nada, resolvi dar uma chance nem sei bem o motivo, carência, tesão recolhido, sei lá. Você esconde bem o jogo. Apenas um toque e eu quase tive uma síncope.  Senhor Dedos Mágicos, depois daquela noite tenho quase certeza de que quando não apenas seus dedos encontrarem minha intimidade, mas todo o resto, o Vesúvio em erupção será uma pálida lembrança. Acredito que será bom para ambos. Um cara que tem seu toque, es...